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Foto do escritorMariano Pisani

“Ser reconhecida faz de você uma estrela.”

Lucimar Jordão, chef brasileira de 52 anos que começou há 30 anos como auxiliar de cozinha atuando em diferentes cozinhas: mineira, carioca, internacional, hoteleira, entre outras. De Belém do Pará foi para o Rio de Janeiro em busca de crescimento profissional e aprendizado. Fez vários cursos e estudou em uma escola profissional de chefs. Trabalhou sete anos no Estádio do Maracaná e esteve nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, onde cozinhou para atletas e presidentes. Em 2017 emigrou para a Argentina, onde estudou no IGI e continuou trabalhando como chef, realizando outro sonho: participar de um reality show culinário no Pasa Platos 2023.



Mariano Pisani: Qual foi a sua maior conquista na cozinha e por quê?


Lucimar Jordão: Foi quando fiz parte da equipe de catering responsável pela alimentação da arquibancada do Maracanã nos Jogos Olímpicos de 2016. Foi na Arquibancada de Honra, cozinhando para presidentes e pessoas muito importantes. Um cardápio internacional de clássicos country. Cozinhando para grandes nomes. Uma conquista internacional. Cozinhar para os jogadores de futebol, nas suas casas, pessoas que, um dia, tentei fotografar à saída do estádio. Depois disso, quem sabe? E ele estava em sua cozinha preparando cardápios para suas festas de Natal e Ano Novo. Nomes importantes, para mim foi uma recompensa.


MP: Isso te motivou a continuar cozinhando e estudando para eventos e competições?


LJ: Sim, a gastronomia nunca pode parar. Técnicas, coisas novas chegam todos os dias. Por exemplo: em Pasa Platos não preciso fazer o que sei. Tenho que fazer, em 20 minutos, a receita que os chefs nos dão. Muitas vezes é mais fácil fazer algo criado por você do que algo criado por outra pessoa. A pressão do tempo é sua inimiga.


MP: O tempo é uma coisa importante na cozinha. Ele pode jogar contra você?


LJ: Sim! Olha, um cliente, muitas vezes, não tem tempo para esperar. Algumas pessoas procuram um restaurante para uma refeição rápida porque mal têm uma hora para almoçar. Ele fez o pedido: um bife de chouriço com batatas e o garçom disse que sairia em 25 minutos. Passam 45 minutos, o pedido não chega e você tem 15 minutos para voltar ao trabalho. O que o cliente faz? Espere até chegar ao trabalho mais tarde. O cancelamento de um pedido pode deixar um comentário negativo no restaurante. Então você tem que ter muita responsabilidade na hora de trabalhar, muita atenção. É por isso que estudamos, para implementar, técnicas e métodos fáceis para criar um cardápio maravilhoso em pouco tempo.


Lucimar no Pasa Platos. Foto: @cheflucimarjordaooficial


MP: E em relação aos comentários, você teve algum, positivo ou negativo, que te marcou?


LJ: Comentários! Estarei sempre atento a todos, às críticas construtivas, para melhorar sempre. Para os bandidos? Quando vejo de onde eles vêm, eles me fazem rir. Outros me fazem pensar como existem pessoas tão más no mundo. Pessoas hipócritas que falam de amor e fazem comentários ofensivos com pessoas que não conhecem. Mas estou com todos, levo o lado positivo. Alguns, quando pensam que estão fazendo mal, pressionam por mais e mais vitórias. Estou em um momento lindo na minha profissão, uma turnê pelo Brasil e em 2024 pela Europa. Por isso peço a Deus que abençoe todos aqueles que desejam o mal. As coisas são assim, cozinho com vontade, porque faço o que gosto de fazer. Eu amo dançar. Se eu puder fazer as duas coisas e ter mais sucesso. Obviamente incomoda muitos que não estão dispostos a olhar para a felicidade dos outros.


MP: Nessa turnê, em que restaurante ou cozinha você gostaria de estar?


LJ: A turnê começou com diversas cidades do Brasil como convidadas para dar aulas. Comecei em agosto e frequento grandes chefs em escolas de gastronomia. Dou palestras e faço consultoria em jantares de três etapas.


MP: Você vê grandes chefs na cozinha ou em competições?


LJ: Quando estamos competindo não existem grandes chefs. Há quem, tendo experiência em técnicas e agilidade, consiga obter sucesso em uma competição. Vamos descobrir o que faremos imediatamente. Então você pode tocar algo que não é o seu forte. Faço muita pastelaria, mas não é algo em que sou ágil. Também não gosto de fazer pratos gourmet, de alta gastronomia.



MP: E você gostaria de ter um prêmio como o Pasa Platos ou um prêmio importante como uma estrela Michelin?


LJ: Já ganhei o prêmio Pasa Platos. Como entrar não foi fácil, existe um processo. Para vencer é preciso chegar ao quartzo e depois a outro processo para seguir em frente e estar em equipe. Então já sou um vencedor porque consegui convencer os dois chefs a me escolherem. Escolhi fazer parte do verdadeiro time com Juan Gaffuri. Depois, há uma grande equipe de profissionais que cuida de nós. Carina Zampini é um gênio. Roberto Otini nos ajudou a terminar a louça. Então todos os profissionais envolvidos são pessoas maravilhosas. Tem gente na competição que vou levar comigo para o resto da vida. Um prêmio de Pasa Platos. Porque eu não os teria conhecido se não tivesse passado por lá. Tem muita gente incrível, algumas com quem não tenho afinidade. Mas vou ficar com as coisas boas, que são a maioria. Tendo muitas notícias no La Nación, Infobae e outras mídias olho meu nome: LUCIMAR JORDAO! Isso já é um prêmio. Adoro fazer eventos, viajar pelo mundo com minha profissão. Então eu já estava fazendo isso. Antes de ingressar no Pasa Platos e, agora, farei sempre mais. Quanto à estrela Michelin, é legal. Mas há muitas recompensas interessantes e importantes, como ver seu nome em todos os lugares. E ser reconhecido faz de você uma estrela. Direi uma coisa: muitas vezes quem fica em primeiro lugar em uma competição não brilha tanto quanto outros que serão excluídos por detalhes, até porque não seria legal.


MP: Qual é a coisa mais importante na culinária?


LJ: Na cozinha, para funcionar bem, é preciso ter uma equipe unida, onde tudo corra bem, para conseguir um lugar perfeito. Essa união se consegue com muito respeito entre todos.


MP: Existem ingredientes que podem ser melhorados e outros que invadem a cozinha?


LJ: Menos é mais na cozinha. É preciso ter cuidado com o excesso de ingredientes. Não há necessidade de tornar a cozinha invasiva. Alguns ingredientes que invadem são alho, noz moscada, alecrim, anchova. Temperar com algo que você não conhece pode estragar um prato. Nunca estraguei um prato. Pode demorar um pouco mais, mas nunca vai estragar tudo.

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